OS PREPARATIVOS

     
Mais de três meses de preparação entre reuniões para decidir e realizar como; conseguir o avião; uma tripulação; preparação dos equipamentos de sobrevivência (console de Oxigênio com quatro máscaras), garrafas de oxigênio para a tripulação e a da porta de saída; Ambulância no solo; o pedido de NOTAM (Notice Air Man) para o Ministério da Aeronáutica (licença para uso do espaço aéreo que é divulgada para todos os aeroportos do Brasil, ou seja, qualquer Piloto que prepare seu Plano de Vôo em qualquer Aeroporto do Brasil e de qualquer empresa de aviação, toma conhecimento da ocupação daquele espaço aéreo, uma vez que são publicadas as coordenadas de Longitude e Latitude, bem como a Altura e a hora que serão realizados os saltos); divulgação e todos os detalhes que envolvem um mega show.
 O AVIÃO

Um DC-3, (C-47 na versão militar), bimotor fabricado pela Douglas Aircraft Corporation, de “asa baixa”, com trem de pouso convencional,  com capacidade para decolar com mais de quarenta pessoas à bordo, este modelo da “Douglas” foi o mais vendido no mundo, desde a segunda guerra mundial por sua versatilidade e capacidade de decolar e pousar em pista curta. Era propriedade de um político Cearense, na época.

A TRIPULAÇÃO

O Comandante Tavares, conhecido em os colegas como “Urubu”, veterano Piloto,  já então aposentado pela Vasp e com mais de 16.000 horas de vôo, o qual escolheu seus dois Co-Pilotos, que teriam a incumbência de manter o avião no rumo da “reta final” para o salto, pois o mesmo queria estar próximo à porta do avião quando chegasse a hora da nossa saída. Conforme suas palavras: “não queria perder aquele momento histórico“. O Major Mario, do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, que seria responsável pela avaliação de nossas reações, uma vez que trazia em seu currículo a especialização de oxigenação de acidentados. E um Fotógrafo contratado para documentar todos detalhes do vôo até a nossa saída do avião.

O EMBARQUE

Mandei que embarcassem o console e as garrafas de oxigênio, que ficariam próximo à “cabine de comando”, na frente da aeronave. Reunimos quase trinta pára-quedistas, inclusive alguns vindos de outros estados do Nordeste, os quais saltariam de alturas mais baixas. Dois outros Instrutores ficaram encarregados dos lançamentos das duas turmas: uma saindo a 7.000 pés e a outra a 12.000 pés, conforme as categorias dos atletas. Acompanhei o embarque de todos, conferindo todos os equipamentos que portavam, conferindo no olhar de cada um, a confiança que estavam sentindo. Todos estavam felizes e eufóricos. Naturalmente!
A DECOLAGEM

Somando; Pára-quedistas; Tripulação e Equipamentos, poderíamos classificar a decolagem como normal, ou seja, plenamente dentro dos padrões do avião. Só que iríamos voar sem a porta de entrada, pois para missões de lançamento de saltos, é o procedimento correto.